Objetivo

A doebem visa maximizar o impacto social. O compromisso que assumimos com nossos doadores é para que suas doações possam causar o maior impacto social possível. Para isto, é fundamental priorizar causas que geram maior retorno, em termos de impacto social, por unidade monetária.

Uma forma comumente utilizada e respaldada por organizações de pesquisa de referência no mundo para para atingir este objetivo é a avaliação de causas nos critérios de Importância, Tratabilidade e Negligência, resumidos como ITN, e descritos abaixo:

Importância: Tamanho do problema, considerando não só a quantidade de pessoas impactadas, mas a magnitude do impacto em quem sofre com ele.

Tratabilidade: Facilidade de solucionar ou probabilidade de haver soluções factíveis para o problema.

Negligência: Tamanho do esforço que está sendo empregado para solucionar o problema em relação ao que seria necessário. 

Causas que são expressivas em tamanho e intensidade, solucionáveis com intervenções relativamente simples e que não recebem a devida atenção são mais promissoras em termos de retorno por unidade monetária. 

Este foi o arcabouço metodológico que utilizamos para realização deste estudo que contou com a participação de especialistas em 7 áreas relacionadas ao tema de pobreza e desenvolvimento, de membros da comunidade Altruísmo Eficaz Brasil, de voluntários, além da nossa equipe e membros do conselho. O estudo foi realizado em quatro grandes etapas que serão detalhadas a seguir: 

1. Construção do Mapa de Causas

Como ponto de partida, construímos um mapa de causas possíveis identificando problemas sociais que são causas ou consequências da situação de pobreza e do baixo desenvolvimento humano no Brasil. Este trabalho foi feito em parceria com integrantes da comunidade Altruísmo Eficaz Brasil. A conclusão desta etapa foi um mapa de 59 causas agrupadas em sete áreas: Educação; Emprego e Renda; Insegurança Alimentar, Obesidade e Desnutrição; Moradia, Saneamento Básico; Saúde; Violência e Criminalidade. O mapa completo pode ser acessado neste arquivo.

2. Análise de Especialistas

Visando garantir maior robustez no estudo, convidamos pessoas especialistas nas áreas que emergiram na etapa anterior para avaliarem as causas dentro de suas especialidades. 16 especialistas com notório saber em suas áreas, seja pela titulação acadêmica, seja pela experiência prática, participaram voluntariamente do estudo, de tal forma que conseguimos garantir ao menos 2 avaliações diferentes em cada uma das áreas. A lista com o nome das pessoas especialistas, assim como suas qualificações, pode ser acessada neste arquivo.

As avaliações foram feitas por meio de um formulário composto por itens relacionados aos critérios de Importância, Tratabilidade e Negligência em escalas likert que procuravam captar o tamanho ou intensidade de cada causa e aspecto avaliado. Os aspectos e categorias de resposta estão disponíveis neste arquivo. Por fim, o quadro apresentado neste arquivo contém as causas com maior pontuação em cada critério e área de acordo com as avaliações feitas pelo grupo.

3. Compatibilização das respostas e ranqueamento das causas por área

Causas que devem ser priorizadas são aquelas que atendem os três critérios conjuntamente. Assim, foi necessário  encontrar uma forma de criar um índice sintético que aglutinasse os critérios de Importância, Tratabilidade e Negligência. Pela natureza da nossa atuação - ser uma organização multiplicadora que visa contribuir com a redução dos problemas mais urgentes no país por meio da doação a organizações que implementam soluções efetivas - entendemos que o critério de Tratabilidade deveria ter um peso superior aos demais. Assim, o índice composto é uma média ponderada dos critérios, sendo 50% em Tratabilidade e os outros 50% divididos igualmente nos outros dois critérios de Importância e Negligência. Os resultados deste exercício estão detalhados neste arquivo e as causas com maiores pontuações em cada área identificadas abaixo:

- Educação: Ausência de apoio psicológico e assistência social nas escolas

- Emprego e Renda: Baixa escolaridade/qualificação técnica

- Insegurança Alimentar, Obesidade e Desnutrição: Fome e subnutrição

- Moradia: Especulação imobiliária

- Saneamento Básico: Falta de acesso à água tratada

- Saúde: Doenças crônicas não transmissíveis

- Violência e Criminalidade: Encarceramento em massa, violência carcerária e reincidência criminal

4. Ranqueamento final e causas priorizadas 

Uma vez que o objetivo final deste estudo é a identificação das três causas mais estratégicas, precisávamos comparar as causas entre as diferentes áreas. Com esse fim, realizamos uma nova rodada de avaliação partindo das causas em primeiro lugar no ranking de cada área ainda utilizando os critérios ITN (mais detalhes neste arquivo) por meio de análise de indicadores oficiais públicos, pesquisas e notícias e avaliações subjetivas realizadas pela equipe, conselho e voluntários da doebem. Essa nova rodada apontou que as três causas mais estratégicas eram, nesta ordem: Doenças crônicas não transmissíveis (Saúde), Fome e subnutrição (Insegurança Alimentar, Obesidade e Desnutrição) e Falta de acesso à água tratada (Saneamento Básico). 

A última etapa do processo, que está detalhada no relatório de priorização das causas da doebem, foi a incorporação das causas subsequentes das áreas mencionadas acima para checar se poderia haver alguma mudança no ranking final, o que não aconteceu. A única alteração foi a expansão da causa da insegurança alimentar, obesidade e desnutrição de tal forma que a conclusão final deste estudo foi que as três causas que geram maior retorno, em termos de impacto social, por unidade monetária são:

- Doenças crônicas não transmissíveis

- Fome, subnutrição e deficiência nutricional

- Falta de acesso à água tratada

Este conjunto de causas guiará, portanto, o trabalho da doebem pelo próximo ciclo de avaliação. Os próximos passos são a realização de estudos temáticos sobre cada uma das causas acima, a avaliação de organizações que atuam nessas causas no Brasil e, finalmente, a recomendação das melhores e mais custo-efetivas intervenções a nossos doadores.

Clique aqui para acessar o nosso Relatório de Priorização de Causas na íntegra.